quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

manifesto da translucidez

(com Bruna Werneck)


a carne é fraca / e o corpo / uma ilha a procura do sol [n. zumbi]



são nos corpos negros que a luz não se dissipa
e absorvendo-a comutam-se em si

e maria, mãe de deus,
foi mãe solteira, nos primórdios

definir um deus é se desacreditar
e entre ele e a physis
mais poesia nela

são nos corpos negros que a luz não se dissipa
e os opacos, ainda que dissipem,
absorvem

Um comentário:

  1. sentada no ônibus no
    calor das três da tarde
    eu pergunto
    de que lado tá o sol

    e num dia de inverno
    o mormaço quase sumo
    me convida
    e pergunto
    de que lado tá o sol

    sou corpo opaco
    e tens-lúcido a
    certeza de que se
    fosse eu negro
    ideal
    'inda assim
    perguntaria
    de que lado tá o sol

    na praia eu pergunto
    de que lado tá o sol
    vitamina D-eus que
    eu nem sei se
    preciso

    porque o mar é uno
    e o rei dos judas
    multiplico

    [tentei ficar à altura da quebradora de muros que agora faz com que o sol passe pelo buraco do tijolo quebrado! WOW, Anelise! que poemaço!!! e ainda tô emocionada com a primeira dedicatória-em-comunhão da minha vida!]

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