domingo, 13 de abril de 2014

A missão da palavra

O que eu ouço, eu esqueço;
O que eu vejo, eu lembro;
O que eu faço, eu entendo.
[Confúcio]

Quando questionam “por que fazer poesia?” eu nunca sei responder. Não assim, de pronto. Eu gosto de poesia. Mas também gosto de cozinhar, pesquisar, decorar, escrever, criar, internet. Eu gosto de muita coisa e a poesia é uma delas. Entretanto, quando acordo de manhã não é porque quero fazer uma receita que leve quinoa, nem porque quero alugar uma casa pra decorar a sala. Eu acordo porque eu gosto de poesia. Eu saio da cama porque gosto de poesia. Eu escovo os dentes e lavo o rosto porque gosto de poesia. Eu saio de casa às 6:50 da manhã e pego um ônibus lotado porque eu gosto de poesia. Eu assisto 6 aulas por dia porque eu gosto de poesia. Eu leio livros porque gosto de poesia. Eu amo porque gosto de poesia. Eu sou clichê porque eu gosto de poesia. Mas gostar é muito pouco. Eu só sei fazer poesia [e ainda nem sei; o que, certo modo, é pior]. Só que é isso que me faz estudar até às 2 da manhã e acordar às 6, antes do relógio despertar. A minha missão é viver das palavras. E eu ainda não vivo delas, não no sentido capitalista-mundo real/atual da coisa. Procurar um jeito é doloroso [porque não existe jeito, nem fórmula, nem nada]. Agora, veja bem, a pergunta, ao invés de “por que fazer poesia?”, não seria “como fazer poesia?”. Vem comigo! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário