sexta-feira, 25 de abril de 2014

carta n° 08 ao pai morto

passado. passados anos. escrevo a você outra carta, mas quando me remete nunca é em forma epistolar, mas sim entre a epifania dos sonhos e na sensibilidade dos dias. como não escrever a alguém que, embora morto, permaneça presente no longe: um não-aqui. confesso que não compreendi o onírico, que descia o santo e a vista plural. esses meses de água invadindo as noites & rompantes noturnos do ar que falta & visitas de parentes mortos & a tristesse.


conheci mais alguma poesia e com ela estou em toda parte; farei um livro, quando der (mas é possível que não dê); estou sozinha. conheci mais algumas pessoas e elas são frias; devo completar mais um ano, ou menos um (mas talvez eu pare); estou insatisfeita.

no calcanhar andam os demônios; setembro longe e o tal não ser. chega bem perto o encontro, vai ver. vem logo, que logo cesso e aí dá ruim (como diria um amigo meu).

vai bem daí, sozé,
sei não.

até breve. 


2 comentários:

  1. 'caralho' pra mim é interjeição
    por isso, aqui está o seu
    mas, antes de tudo:
    um abraço apertado
    um beijo demorado
    e muito amor

    <3

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